Lady Gaga::The Fame Monster

Posted by fabriciopontin on dezembro 3, 2009 · 10 Comentários 

Para quem me conhece, não é novidade meu fascínio com música lixo.

Estava com certa cautela de me aproximar de Lady Gaga, pois temia gostar do efeito “brega-cool” ou “cindy lauper 2000”, e é meio constrangedor gostar de cindy lauper – assim como é meio constrangedor gostar de New Order (ainda que não seja tão ruim quanto gostar de, sei lá, Built to Spill ou aquelas KAZABIAN da vida). Ok, posto isso e feitas as provocações gratuítas – e nem me façam começar a falar de bandas com nome de faca – vamos à constatação.

Fame Monster é um dos melhores albuns de música pop dos últimos dez anos. Consegue brigar fácil com o Confessions of a Dance Floor da Madonna , o Homework do Daft Punk e o Gnarls Barkley. Mais que isso: incorpora elementos de toda esta gente. Junto com coisas do euro-pop, do EBM e mesmo de Glam. Dance in the Dark é quase algo que caberia num album do Front Line Assembley.

Uma outra coisa, em um universo de música pop que soa IGUAL – tudo ultimamente parece com um Timbaland ou com um Kanye West. E é bacana ouvir alguém colocando uma vibe meio T-Rex (!!!) em um album claramente de pop. Claro, tem influenci de Kanye no album da LG? Tem. Tem influência da turma do R&B que tomou de assalto o Pop de alta fidelidade nos USA? Sim, claro.

Mas aí que tá.

“So happy I could die” tem todos os elementos do Kanye. Os 808, usando o vocoder, tudo isso. Mas tem todo um outro universo de referências sendo bem compreendido. Eu nunca comprei muito o pop do Kanye, sempre achei ele um Jay-Z menos talentoso e com mais sorte. Este album da LG parece realizar um monte das pretensões do Graduation e do último album do maluco de Chicago.

Por sinal, escutem Teeth e I like it rough. Lembra industrial da linha da Wax-Trak. É coisa que tem que ser muito macho para vender como pop, e eu respeito isso.

De verdade, eu tava pronto para chamar esta mulher de palhaça. De dizer que era pura pose. Por um ano, um maldito ano, eu evitei esta mulher como o diabo evita a cruz. Cheguei atrasado para – até prova contrária – o album que definiu uma sonoridade Pop para o ano de 2009. Pode ficar datado? Pop fica datado, é da natureza do troço. Escutem ABBA, é datado. Escutem Madonna, é datado. Isso não torna o troço, exatamente, ruim.

Claro que ninguém que tem alergia a música POP vai derrepente ser curado por este album. Mas esta mulher é um gênio – pelo menos neste album – do estilo. Se vai ser um hit só? Bom, isso só com o tempo. Mas ela parece meio esperta – e ela tem história prévia de fracasso com música – para deixar isto virar uma coisa episódica.

Ah sim, Cartman cantando Poker Face = EPIC MEGA WIN.

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